Não há horas desde sua partida,
mas sinto que há meses aguardo o teu retorno. O mar que embalava meu sono com o
quebrar de suas ondas, agora arremessa meu coração às pedras e o afoga em sal
de lágrimas. Por que tivestes que partir? O que essas águas turvas lhe
sussurram e lhe oferecem que meu amor não lhe possa dar? Escolhestes navegar no
incerto e vasto mar aberto, quando tinhas toda a extensão de meu corpo para
desbravar. Dar-lhe-ia tempestades se assim desejasse, molharia com o sal de meu
suor a boca tua, o entorpeceria com a ressaca de minhas ondas... Mas são os
ventos do desconhecido que sopram e movem as tuas velas. Nunca fui teu porto e
é para outro norte que tua bússola aponta. Para meu amor, marinheiro, não há
ancoradouros. Apenas a iminência de um naufrágio.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Dessa vez não recolherei as tuas
roupas ainda molhadas de suor que ficaram pelo chão do quarto. Se o fizer será
para que alcem voo por entre as casas andares abaixo. Estou cansada de limpar
sozinha toda a bagunça que vem com teus passos e se aloja por todo o meu quarto
e por dentro de mim. Chega de limpar sozinha toda a sujeira que teu gozo faz. Se
não assume a responsabilidade pela porra tua, não serei eu quem vai lavar
lençóis. Fica a vontade pra passar pela porta destrancada, mas antes de sair me
deixa um dinheiro na mesa. Se é pra me fazer de puta, ao menos faça o favor
pagar.
Obs. Agradeço imensamente a visita, mas me poupem dos
comentários preocupados ou consoladores. De vida real, nesse texto, só tem a
vontade de fazer ficção. It’s just a joke, baby. Just a fucking joke.
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