quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

E nem preciso fechar os olhos pra saber que o que espero é o que nunca virá. As últimas noites foram de in-sônia, de dentro do sono, que não conseguiu me levar. As minhas unhas roídas, ou o que sobrou delas, são o único traço de cor que restou em meu corpo: um vermelho desbotado e descascado, somente sobras do que um dia eu pintei para você. E havia me pintado inteira, há tanto e tanto tempo que me derramei em não-cor. E de não eu entendo bem. Não-nós, não-tua, não-hoje, não-nunca, não-vamos, não-foi, não-é, não-será. Mas eu sei viver com o não. E um dia farei as unhas, trocarei a camisola, despentearei os cabelos, pintarei os lábios e olharei o espelho. Ainda não-sua. Mas tão-minha, quiçá.

3 comentários:

  1. Como sempre, é muito belo e inspirador o que você escreve!

    Eu adoro vir te ver, e pelo o que vejo está inspirada por estes dias! :D

    Mil beijinhos,
    Angélica Azambuja

    Tumba Cerrada
    Shyxaua's Káah

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  2. Adorei conhecer o teu blog! Aposto que me darei o prazer de lhe visitar mais vezes!

    Abraços!

    Perguntas de Zagatti

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  3. Porra, isso foi bonito até para um ignorante como eu.
    Muito bacana.

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