domingo, 3 de junho de 2012


Ainda estou no mesmo lugar de quando você partiu. O que mudou são as latas que estão vazias, o cinzeiro que está cheio e eu que há muito transbordei. Admito que evitei enxergar seu vazio, sequer olhei para os lados, mas mesmo não te procurando com os olhos senti sua falta por todas as outras partes do meu corpo. Os meus pés gelados, as minhas mãos trêmulas, o meu peito dolorido, a minha boca seca. Mesmo que eu tentasse me concentrar nos barulhos que não são você, era só seu silêncio que eu ouvia. Então escolhi conversar com a sua falta para fingir sua companhia que não está aqui. Mas do que adianta se, não importa quantas vezes eu peça, ela não te trará de volta? 

Não há nada que eu possa sem querer você. Não há nada que eu possa se não esperar.

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